quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A NOITE BRANCA

Não resta dúvida que a “Lagoa Beats – White”, de Piquet, é uma das duas melhores festas do ano. A proposta é interessante, mas o povo ainda não conseguiu absorver bem o espírito da coisa. Quando uma festa é marcada para começar às 17h30 e as pessoas só começam a dar o ar dá graça quase quatro ou cinco horas depois é que alguma coisa tá errada. Além de gastar por uma coisa que não consumiu, chega a ser indelicado com o lineup contratado. Veja só: o DJ Jorge Choairy tocou para um público pífio, e os que o sucedeu sequer tocaram uma música que chegasse aos pés de “Another World”, do Chemical Brothers, que brotou do seu case e me levou a outra dimensão. Fosse numa outra situação, em que as pessoas conhecessem uma música como essa, a pista entraria num momento de comunhão. Os outros quatro DJs da noite me pareceram preguiçosos, sem mostrar muita criatividade. Tive a sensação de que apenas um determinado estilo se seguiu em variações muito sutis. Ainda bem que cheguei cedo. Obrigado, Jorge! Obrigado, Piquet!
DJ Jorge Choairy

Murilo Palácio, Patrícia Evangelista e Zé Braide

Rafael Oliveira e Micaely Rolim

Paulo Fonseca

Renata Itapary

DJ Macau e Oton Lima

Ramon Cavalcante e Jéssica Abdalla

Oona Bertrand

Alex Palhano

Raiane Leite

Antonio Macedo e Kezya Saldanha

Mario Fischetti

David e Silvana Duailibe

Cláudia Vaz e Paula Parise

Sebastian e Beth Lago

Ariza Oliveira

Beth e Sergio Schalcher

Diego Moura

Klinger e Luana Bernardo

Waldir Jorge e Micaely Rolim

Piquet e su mama






terça-feira, 26 de outubro de 2010

A DATA DO CHÁ

O ator César Boaes confirmou ao blog a data de estreia de “O Chá das Quintas”, peça de autoria de Aldo Leite que ele assina a direção: será no dia 16 de dezembro, seguida de apresentação no dia 17 no Teatro Arthur Azevedo. No palco, César irá dividir a cena com o ator Adeilson Santos (“Uma Linda Quase Mulher”). Diz que os ensaios, que já rolam há alguns meses, são de rolar de rir.

CRIOLINA CANTA TUDO

Foi sensacional a apresentação do projeto Criolina na abertura da 5ª Mostra Guajajaras de |Arte, na última sexta-feira, no Sesc Deodoro. Com exceção do equívoco do lugar escolhido para Alê Muniz e Luciana Simões desfilarem seu repertório, tudo ocorreu na mais completa harmonia, inclusive entre artista e público. Além de canções dos dois álbuns da dupla, o show teve ainda versões personalíssimas de clássicos do cancioneiro popular como “Negue”, famosa na interpretação de Maria Bethânia e “Divino e Maravilhoso”, de Caetano Veloso, entre outras que me fogem. Após a apresentação, pratiquei um pouco a minha maldade pedindo para Alê e Luciana me falarem ali mesmo uma lista de cinco discos que fazem a cabeça deles. Alê Muniz pensou alguns minutos e falou: Stairway to Heaven, do Led Zeppelin; Refazenda, de Gilberto Gil; Racional, de Tim Maia; Bandeira de Aço, de Papete e Kaya, de Bob Marley. Já Luciana Simões ficou de mandar a sua lista depois, mas como o leitor pode perceber...

Abaixo, dois momentos do show:


BAR ODEON É INTERDITADO. PENA!

Interditaram o Odeon, aquele barzinho bem agradável que movimentava o Beco da Pacotilha, especialmente nas noites de quinta e sábado. Uma inspeção revelou que o lugar não oferecia muita segurança aos clientes, ou seja: podia desabar a qualquer momento. Chega a me comover a preocupação dos nossos governantes com a integridade física dos cidadãos maranhenses, mas eles esquecem que os buracos, buraquinhos e buracões das ruas e calçadas do Centro Histórico são um verdadeiro atentado à segurança da população e dos turistas. Uma mulher que anda de salto alto por ali, corre sério risco de enfiar o pé nas crateras, cair, quebrar a perna, ou o braço, ou a boca, ou o nariz, ou, então, pior que tudo, quebrar a unha, o que para uma mulher é a pior das desgraças.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O SENHOR DAS FESTAS

Com a segunda edição da “Lagoa Beats – White”, que rola neste sábado, dia 23, no Mirante da Lagoa, o produtor Nelson Piquet contabiliza mais de 90 festas em 15 anos de puro hedonismo. Do nem tão longínquo ano de 1995 para cá, muita coisa mudou na cena de noturna de Ilha, e sem dúvida, o nome Piquet faz parte dessa mudança. Começou fazendo festas|reuniões em casa, no Turu, mas o espaço ficou pequeno e ele resolveu migrar. Foi no Centro Histórico que ele realmente deu o pontapé inicial para sua carreira bem sucedida de produção de baladas, algumas delas históricas, como a “Central Park”, de 2000, na Fonte das Pedras e muitas edições da rave “Sáfari”, uma das festas mais aguardadas nos anos que se seguiram. Endereços que depois viraram hype como Casa do Morro e Castelo do Araçagy foram desbravados por ele, que sempre enxergou longe. No papo que batemos para esta entrevista, Piquet relembra com saudosismo e orgulho esses momentos, tão bons, diga-se. As primeiras grandes atrações da e-music aqui em São Luís tem a marca de Piquet. Quem não se lembra da “Sáfari” de 2006 com o Infector Mushroom, numa balada que durou dois dias e testou o fôlego dos troantes? Nesse ínterim, produziu também festas oficiais: assinou três Réveillons no Palácio dos Leões, sede do Governo Estadual, três Bailes de Gala e também três Arraiais da Lagoa. Já é lugar comum dizer que as produções mais ousadas do cara são imperdíveis, e quando a gente se pergunta como ele consegue fazer tão bem as coisas, a resposta é bem simples: paixão!

A noite de São Luís evoluiu nesses quinze anos de trabalho ou já foi melhor?

Se a gente for comparar os últimos anos com hoje, a noite de São Luís já foi bem melhor.

Você acha que seu nome está associado a mudança da cena noturna na cidade?

Eu acho. E desde que comecei. As minhas festas sempre foram temáticas, talvez por isso acho que tenha apresentado um outro jeito de fazer festas para as pessoas.

Danuza Leão fala que as amizades da noite terminam ao amanhecer. Nesses anos de festas, você conseguiu criar vínculos mais fortes com pessoas que conheceu na noite?

Já fiz grandes amizades na noite. Discordo em partes do comentário de Danuza. Ela pode sim acabar no amanhecer, mas ela revive. É claro que com algumas pessoas não dá pra criar uma relação mais fraterna. Eu devo tudo que tenho as pessoas que estão nas minhas festas.

Em sua opinião, a que fato você atribui a queda de público nas festas de música eletrônica?

Só eu consigo agregar um público bom em festas exclusivamente de música eletrônica na cidade. As outras, precisam agregar outros ritmos. O povo de música eletrônica é qualitativo. É exigente. Mas também pode rolar de a pessoa ir na minha festa pelo fato de ser minha.

Em algumas dessas suas produções, você já pagou um preço alto por ter sido muito ousado?

Demais. Várias vezes. Tem gente que acha que você está ultrapassando os limites dele. Ou então quando trago uma atração que penso que vai dar um público maior. Mas penso que Alex Palhano (jornalista e produtor) já pagou mais que eu.

O que não pode faltar numa boa festa?

Boa música, boa proposta, bons serviços e baladeiros bons, é claro!

E o que pode ficar de fora?

Os malas.

Qual o melhor momento de uma festa?                                    

Quando tá cheia e sem prejuízos. Quando a coisa rolando legal é impagável, é o que faz a gente continuar fazendo.

Um momento inesquecível nesses quinze anos de trabalho?

Vários. Não dá pra enumerar.

Com qual das estrelas da cena eletrônica com as quais já trabalhou foi mais prazeroso e com qual foi pior?

Graças a Deus todas as pessoas com quem trabalhei foram bacanas. Elas são descoladas, nunca ninguém me deu trabalho.

Uma dica para quem quiser entrar na área:

Muita vontade. Precisa saber se está fazendo o que gosta e não pensar só em dinheiro. Nesse ramo, tem que ter paixão.